A arte das musas na cura e na iniciação -
A Musicoterapia - μουσικοθεραπεία
terça-feira, 1 de maio de 2012
Experiências Musicais
Olá Pessoal!
Estamos conversando desde as primeiras postagens
sobre diversos temas interseccionados pelo conjunto das experiências musicais.
Vamos agora falar um pouco sobre isso.
Segundo Bruscia, quando falamos de experiências musicais em
musicoterapia significa que esta ciência não foca apenas o uso da música e do
som e seus efeitos, mas segue para um caminho criativo a respeito das formas de
engajamento sonoro/musical, baseando primeiramente na experiência musical do
paciente ou do grupo, ou seja, nas possíveis experiências musicais de uma
pessoa quando está em contato com som/ música, instrumentos musicais, objetos
sonoros e, também, as chamadas experiências extra-musicais, não musicais
(dependendo de qual envolvimento com a música) ou pré-musicais, que conferem o
conjunto de elementos como: drama contido na música; letras; desenho como
resposta a música, que são elementos que reforçam a experiência musical, mas
que sozinhos não são propriamente musicais.
A música em musicoterapia:
“A música é uma instituição humana na qual os
indivíduos criam significação e beleza através do som, utilizando as artes da
composição, da improvisação, da apresentação e da audição. A significação e a
beleza derivam-se das relações intrínsecas criadas entre os próprios sons e das
relações extrínsecas criadas entre os sons e outras formas de experiência
humana. Como tal, a significação e a beleza podem ser encontradas na música
propriamente dita (isto é, no objeto ou no produto), no ato de criar ou
experimentar a música (isto é, no processo), no músico (isto é, na pessoa) e no
universo.” (Bruscia, 98)
Níveis das experiências
musicais:
Pré musical: vibrações
aleatórias, sinais elétricos musicais, ritmos motores, ritmos visuais, sons
naturais ou ambientais, sons de animais, sons instrumentais ou corporais
desorganizados, vocalizações aleatórias, balbucios ou prosódia.
Exemplo novo:(trecho filme Koyaanisqatsi/composição
Philip Glass)
Musical: Sons suficientemente controlados ou
organizados de forma a criar relações que são intrinsecamente significativas.
(...) apoia-se nas relações musicais existentes entre os próprios sons
simultâneos e sucessivos. (...) As respostas musicais são esforços intencionais
de fazer ou escutar música. Escutar é uma experiência musical em que são feitos
esforços para apreender e experienciar as relações e os significados
intrínsecos da música. Elas geralmente envolvem uma variedade de
Exemplo
novo 1:
(Henry/Sacks)
processos latentes como:
ESPERAR, PERCEBER, DISCRIMINAR, ANALISAR, AVALIAR,
INTERPRETAR, SENTIR, PREFERIR e, assim por diante.
Criar sons é (...) quando se faz ESFORÇOS para controlar,
manipular e organizar de modo a produzir relações significativas entre eles. Isso
envolve IMPROVISAR, APRESENTAR MÚSICA, COMPOR e várias atividades nelas
envolvidas.
Extra-musical:
Aspectos não musicais da música que se originam, afetam ou retiram seu
significado da música (por exemplo, letras, programas, histórias ou dramas
representados na música). Responder à música através de movimento ou fazendo
mímica, dramatização, desenho, pintura, escultura, ou usando a imaginação,
fantasiando, falando, escrevendo, etc.
Exemplo
1: Filme Baraka
Exemplo2:
(Doutores da Alegria)
ParaMusical:
Aspectos do ambiente musical que se impõem ao indivíduo enquanto ele ouve ou
faz música e que não se relacionam intrinsecamente com a música e não dependem
da música para obter seu significado. Exemplos: 1) pessoas, objetos, móveis,
luzes e acessórios do ambiente musical, e 2) dança, drama, trabalhos
artísticos, poesia, etc., criados de modo independente da música, mas presentes
no ambiente musical.
Exemplo:
(Les Luthiers, Música y Costumbres de Makanoa). Neste caso o coco é o objeto cujo a cena musical menciona a todo momento, além dos seus derivados rs (óleo de coco, azeite de coco, sabão de coco)
Não
musical: Aspectos do ambiente musicoterapêutico que se impõem ao cliente, mas
que não possuem ou produzem significado a partir dos outros estímulos ou
respostas mencionados anteriormente.
Respostas
não musicais são aqueles comportamentos ou reações que não possuem intenção ou
significação musical e que não derivam, afetam ou retiram seu significado de
nenhuma atividade musical.
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